quarta-feira, 21 de abril de 2010

Cuidado com o crescimento económico da China

Apesar do crescimento verificado e não só por questões de índole social, o futuro ainda é incerto e inconstante, para o gigante asiático.
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O PIB da China cresceu 11,9% no primeiro trimestre. É uma expansão de ficar com os olhos em bico. Mas se está a pensar investir no mercado accionista chinês, aguente o seu dinheiro. Saiba porquê.

Joaquim Madrinha, Bloomberg
(via Expresso - 2010/04/21)

10:00 Quinta-feira, 15 de Abril de 2010

A bolsa chinesa ficou indiferente ao super crescimento chinês registado no primeiro quarto do ano. Haverá bolha?

REUTERS/Stringer
O Produto Interno Bruto (PIB) da China relativo ao primeiro trimestre do ano expandiu-se ao ritmo mais elevado dos últimos 3 anos. Face ao período homólogo, a economia chinesa cresceu 11,9% batendo as estimativas dos economistas consultados pela Bloomebrg que esperavam uma expansão de 11,7%. É, sem dúvida, uma taxa de fazer salivar as economias desenvolvidas mas, segundo vários especialistas está assente num monte de fragilidades.
Ao contrário do crescimento económico, o nível de preços no consumidor - inflação - ficou-se pelos 2,4%, 0,2% a baixo do esperado, o que torna mais difícil a decisão de aumentar a taxa de juro, um movimento defendido pelos economistas como necessário para arrefecer a economia. Recorde-se que em 2008, a China diminuiu o preço do dinheiro para combater a crise económica mundial e não mais a voltou a aumentar, ao contrário de alguns países vizinhos como a Índia e a Austrália que já aumentaram o preço do dinheiro para temperar o crescimento económico, a subida generalizada dos preços, e para evitar o surgimento de bolhas nos preços dos activos.

Risco de sobreaquecimento

Com a inflação a níveis inferiores ao esperado, as autoridades chinesas deverão adiar o aumento da taxa de juro para o segundo semestre do ano, mas algo tem de ser feito. "O próximo passo deverá ser a reavaliação do yuan [a moeda chinesa]", disse Glenn Maquire, o responsável da Société Général para os mercados da Ásia-Pacífico, a Bloomberg . Já Brian Jackson, estratego do Royal Bank of Canada, diz que mantem-se a necessidade de apertar a política monetária "dados os rriscos de sobreaquecimento da economia chinesa".

Os preços dos alimentos foram os bens responsáveis pelo aumento da inflação, mas os custos do trabalho e os preços das matérias-primas estão também a subir, o que condiciona o objectivo do governo chinês de encerrar o ano com uma taxa de inflação de 3%.

Em Março, a produção industrial aumentou 18,1%, face ao mês homólogo, depois de ter aumentado 20,7% nos dois primeiros meses do ano. As vendas de carros, por exemplo, aumentaram 76% no primeiro trimestre, com a Mercedes a vender mais do dobro que no mesmo trimestre de 2009.
O caminho chinês

Em vez de aumentar a taxa de juro, as autoridades chinesas têm tomado medidas de forma a diminuir o crédito concedido em 22%, face a 2009. Para Zhu Min, Governador do Banco Central chinês, a taxa de juro é uma "arma pesada" para atacar o problema e as medidas alternativas entretanto tomadas estão a funcionar. No entanto, a última vez que a economia cresceu mais de 11%, em 2006, o banco central apressou-se a aumentar o preço do dinheiro, o que leva o Royal Bank of Canada a prever um aumento já este mês. Já o Bank of America-Merrill Lynch diz que tal só acontecerá no último trimestre do ano.

As autoridades chinesas temem que o fim das medidas anti-crise provoquem a estagnação do crescimento, uma vez que a expansão agora quantificada deve-se ás políticas de estímulo económico tomadas para combater a crise mundial.

O investimento foi responsável por 6,9% do crescimento registado e o consumo contribuiu com 6,2%. Só nas cidades, o investimento em activos como o imobiliário trepou 26,4%. Porém, o saldo entre exportações e importações roubou 1,2% devido ao aumento destas últimas. Segundo o gabinete de estatística chinês, o país pode mesmo vir a registar o primeiro défice comercial em seis anos, na primeira metade do ano.
Face às reticências da China em subir a taxa de juro, os economistas estão convencidos que o país deverá valorizar a moeda e assim provocar um efeito similar ao da subida do preço do dinheiro.

Jim O'Neill, o economista chefe da Goldman Sachs, disse ontem que a China deverá deixar que o Yuan se valorize entre 2 a 5% face ao dólar durante a próxima semana. Este foi o caminho tomado ontem pelas autoridades de Singapura, na expectativa que a China permita a valorização da sua moeda.

Bolha à vista?

Devido ao crescimento de ficar de olhos em bico, há profissionais dos mercados que já vislumbram bolhas nos preços dos activos chineses. É o caso do gestor de hedge funds Jim Chanos. Segundo este, o mercado imobiliário chinês estás prestes a explodir e as repercussões podem alastrar-se ao resto do mundo.

A recente evolução dos preços do imobiliário comercial e residencial nas 70 maiores cidades chinesas aponta para isso mesmo. No primeiro trimestre, estes activos viram o seu preço aumentar em 11,7%, a maior valorização desde 2005, enquanto as vendas de imóveis aumentaram 175% no mesmo período, segundo a empresa de imobiliário Evergrade Real Estate Group.
Embora desvalorizada pelas autoridades chinesas, a verdade é que apesar do super crescimento da economia, a bolsa chinesa medida pelo índice Shanghai Composite Index, ficou indiferente à divulgação dos dados económicos. No último ano, o principal índice chinês acumula uma valorização de 32,8% em moeda local, um ganho semelhante ao das praças das economias desenvolvidas do ocidente, onde as taxas de expansão são modestas.
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terça-feira, 20 de abril de 2010

Sporting - Paulo Sérgio vai suceder a Carvalhal

Sem mais comentários vos deixo a notícia veiculada pelo "Diário de Notícias", sobre a contratação do estremocense Paulo Sérgio, como treinador do Sporting Clube de Portugal.

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por Bruno Pires - 2010/04/19

Fotografia © José Coelho-Lusa

Treinador do V. Guimarães é o escolhido pela SAD leonina para a temporada 2010/2011.

Paulo Sérgio, de 42 anos, actual treinador do Vitória de Guimarães, vai ser o técnico do Sporting nas próximas duas temporadas, soube o DN junto de fonte bem colocada no processo.

As negociações foram concluídas no fim da última semana e, nas derradeiras horas, o treinador alentejano, nascido em Estremoz, informou a direcção vimaranense, liderada por Emílio Macedo, de que irá para o Sporting em 2010/11. O contrato entre os leões e Paulo Sérgio, apurou o DN, não será superior a duas temporadas e os adjuntos de confiança do treinador vão também seguir para Alvalade - Sérgio Cruz, Alberto Cabral e José Herculano.

O anúncio da contratação de Paulo Sérgio deverá ser oficializado ainda esta madrugada, em comunicação à CMVM.

Leia tudo sobre a contratação do sucessor de Carvalhal esta terça-feira na edição impressa do DN.

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José Capitão Pardal

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Convívio de ex-Combatentes

Aproximando-se mais um almoço convívio do Batalhão de Cavalaria 3878, de que fiz parte em missão no Norte de Moçambique (Macomia, Chai e Mataca), a realizar proximamente na Lousã, aproveito para divulgar a intervenção que proferi há três anos, quando se realizou idêntico convívio, na cidade de Estremoz.



Considero de interesse geral a problemática dos ex-combatentes, nomeadamente, para aqueles, que não viveram esses tempos de guerra e sofrimento, pelo que aconselho a sua leitura.



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Caros Amigos
E Camaradas de Armas

Em primeiro lugar quero agradecer a vossa presença e desejar-vos um óptimo almoço e um agradável convívio.

Completaram-se 35 anos que, mobilizados, embarcámos em Lisboa e aterrámos no aeroporto da cidade da Beira, para uma comissão de mais de 2 anos em Moçambique.

Durante esses 2 anos, passámos por vicissitudes várias, combatemos um inimigo, que raramente víamos, sofremos as agruras do clima, das intempéries, de águas impotáveis, vivemos longe dos nossos entes queridos (da namorada, dos pais, irmãos e outros familiares), fomos feridos e alguns de nós ficámos com cicatrizes físicas e/ou psicológicas para o resto das nossas vidas.

Mas mesmo assim regressámos, às nossas terras, para junto dos nossos amigos e dos nossos familiares, que nos aguardavam, após esses longos anos de sofrimento físico e psicológico.

Infelizmente, alguns dos companheiros de ida e luta, não nos acompanharam no regresso a casa, mas regressaram “dentro de uma caixa de pinho”, como diz o poeta.

De entre esses lembro, simbolicamente, alguns dos, com que mais proximamente lidei e que sucumbiram muito próximo de mim: O Delgado, o Constantino e o Paulino.

Para todos os que lá faleceram peço-vos um minuto de silêncio em sua memória.

(1 minuto de silêncio)

Para além do sofrimento, também é verdade que nem tudo foi mau e ganhámos: maturidade, capacidade de decisão, liderança, camaradagem, espírito de sacrifício, conhecemos novas terras e novas gentes e fortalecemos novas amizades, que se têm mantido ao longo dos últimos 35 anos, de que é exemplo, este convívio com perto de 170 pessoas presentes.

Volvidos que foram todos estes anos, em que todos nós estamos mais barrigudos, mais carecas, mais rabugentos (as nossas esposas que o digam), mais ceguetas, com múltiplas doenças (é o acido úrico, o colesterol, os trigliceridos, a tensão alta, o reumático, o stress pós-traumático, para além das mazelas físicas, que de lá trouxemos), certamente, que muitos de nós nos perguntamos: Estarão as actuais gerações sensíveis à problemática dos ex-combatentes?

Infelizmente, teremos que dizer:

Não estão!...

As transformações por que passou o nosso país, nos últimos 33 anos, que temos que reconhecer foram enormes, fez esquecer, para os que não participaram na guerra, esses atribulados anos e as suas consequências físicas e psicológicas, para os que a realizaram.

Penso que essa será uma tarefa, a que todos nós e em especial, as organizações dos combatentes terão pela frente:

Lembrar às novas gerações os sofridos e atribulados anos de guerra, para que idênticos anos de sofrimento não voltem mais.

Apelo às associações dos combatentes, para que continuem a lutar, pela defesa dos interesses, de todos os que combateram no ex-Ultramar, que nesta fase da sua vida, necessitam de muita ajuda e muito apoio.

A divulgação das situações, o tratamento e o apoio a esses nossos companheiros de jornada, devem ser prioridades das actuais gerações.

Acreditem, são muitos os que necessitam dessa ajuda.

Às gerações que não viveram esse pesadelo, apelo para que não voltem as costas, como se nada fosse convosco.

Na vossa comunidade, na vossa região, no país, apoiem e intervenham.

Está nas vossas mãos.

E mais uma vez, desejo a todos um óptimo almoço e convívio, e

Tenho dito

Obrigado por me terem ouvido



José Capitão Pardal